28 de agosto de 2012

Espero sem saber ♪

Dias nublados dão sempre uma aspecto de preciso pensar, e assim era pra ela, afinal nada melhor que ir sair daquela pressão do dia-a-dia, pensar e refletir, era isso que ela queria. Ela, com uma blusa de moletom, uma calca, um tênis e com seu indispensável fone de ouvido, ela sempre dizia que ficar com seus fones era como se fizesse um novo mundo, preferia ficar o dia todo escutando todas aquelas músicas do que ouvir as vozes das pessoas...
Ele como qualquer menino vaidoso, foi da aquela corrida, distrair- se também, ouvindo seu reggae, pra ele era como se a alma dele entrasse em calma com todo esse ritmo e clima...
É, dizem que a vida é sim, cheia de caminhos tortos, ela e ele, não queriam se encontrar tão cedo, mas como o destino nos prega certas situações, não tinham como impedir isso. Ela olhando sempre para o movimento da rua, vendo as pessoas fazendo aquelas caminhadas, bem do tipo "aérea", num reflexo, olhou para frente e se deparou com ele, vindo correndo, olhou pra ele e não teve reação, afinal, ela pedia todo dia pra que não tivesse que olhar pra ele novamente, pra que não tivesse que ver como ele estava, mas ela mal sabia que nesse dia ia vê-lo. Ele a enxergou de longe e não tirou os olhos dela, mas via que ela tentava desvia o olhar, mas não conseguia assim como ele, então ele não pensou duas vezes e disse:
- Oi!
- Oi!
Mas não passou disso, de um oi de ambos, ela tentou apressar o passo para na volta da corrida dele, não passasse novamente por ela.
Ele depois de dar aquele oi constrangido, diminui a corrida e começou a andar, olhou pra trás e decidiu ir andar ao lado dela.
Pois é, ele não entendia, mas chegando perto dela, ela percebeu e tirou um dos fones de ouvido e ele também fez o mesmo, e ele teve a iniciativa de um dialogo...
- Oi garota, tudo bem?
- Ah oi, to sim e você?
- Estou bem também, o que esta fazendo aqui? Não sabia que gostava de caminhar...
- Pois é hoje me bateu uma vontade simplesmente, e você como sempre se cuidando!
- É eu estou, mas só hoje que decidi vim esse horário, prefiro a noite. Mas me conta como ta sua vida?
- Esta ótima, to no meu 3º termo da faculdade, to trabalhando... E a sua?
- Ah eu estou trabalhando, fazendo aquele curso que sempre dizia que um dia faria estou de ferias do serviço.
- Poxa que legal, conseguiu então sua esperada "hornet"?
- Consegui sim, ta estacionada lá no shopping...
- Nossa, parabéns, eu tomei coragem e fui tirar minha carta, to com um carro também, mas me conta como anda sua família?
- Ate que enfim, ah ta tudo bem, e seus pais?
- Ah eu nem vejo eles, to morando sozinha finalmente...
- Verdade? 
- É...
- Aonde?
- Perto da sua casa!
- Nossa, porque nunca me disse?
 Então, foi que surgiu aquele silencio dos dois, ela não sabia se falava tudo o que pensava se virava as costas, ou simplesmente respondia educadamente “porque não ha motivos pra te contar". Ele após, ver o olhar dela mudar totalmente após essa pergunta dele, não sabia mais o que dizer se manteve em silencio para saber se ela responderia, ou continuaria calada apenas de cabeça baixa. E pra salvar os dois, o celular dele começou a tocar, ele atendeu meio que escondido, simplesmente respondia coisas básicas e com uma entonação brava. Na hora que ele foi guardar o celular, ela olhou nas mãos deles e viu uma aliança, então disse a ele:
- Era ela ne?
- Ah. Pois é era sim.
- Faz quanto tempo?
- Sete meses...
- Nossa!
- Mas e você? 
- Eu o que?
- Esta com quem?
- Não estou com ninguém!
- Nem rolo, ficante?
- Não.
- Ah, mentira...
- Desde que terminamos não fiquei com ninguém!
- Por quê?
E novamente aquele silêncio bateu nos dois, ela parou de andar, foi pra frente dele e disse:
- Tenho que ir embora. Adeus.
Ela nem ao menos esperou ele responder, apenas deu um beijo no rosto dele, abraçou-o e ele e disse no ouvido dele:
- Você prometeu se cuidar, então faça isso.
Se virou e foi embora, com os olhos cheio de lágrimas e com uma vontade de sair correndo.
A noite, ele chegou na casa dele, deitou para dormir e uma mensagem chegou, era dela:

" Porque eu te amo ainda. É essa resposta do que você me perguntou hoje."